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Ovelha Branca ou Confissão #4: O Medo da Repetição


Morro de medo de plagiar sem querer. Sempre que faço uma música, rola um pânico de pensar que alguém em algum lugar do planeta em algum momento já fez uma música igual. Mesmo agora, escrevendo essa confissão, tenho a impressão de que alguém já disse isso antes.

Me lembro de ouvir o Caetano falar que "já existem canções demais" (ou algo parecido. Não me lembro as palavras exatas). Aquilo ficou na minha cabeça pra sempre... porque faz sentido! Eu que gosto de descobrir música antiga, sei que quanto mais eu cavo, mais eu sei que não conheço nada. Preciso de três vidas pra ouvir tudo o que eu gostaria de ouvir só de música velha. E a música nova não para de se multiplicar. É perturbador. É muita música sendo feita e por mais que eu me esforce, não consigo acompanhar…

Pensando matematicamente, se existem mais compositores hoje, existe também mais público. Pensando cultural e socialmente, talvez esse aumento de público se limite a poucos tipos de música e fique mais na música de massa…

De qualquer forma, isso é loucura. Acho que o próprio Caetano já até se esqueceu dessa declaração. Afinal, depois dela ele continuou compondo e lançando discos de inéditas.

Vamos deixar a paranóia de lado, né? Não vou mais me importar "se existem canções demais" porque preciso seguir fazendo música para a minha própria sanidade. Bem vindo seja quem chegar pra ouvir. E se um dia me condenarem por plágio, vai ser por um acidente infeliz.

Em tempo, desconfio que Caetano tenha feito a tal afirmação durante o lançamento de algum disco que ele gravou como intérprete ("A Foreign Sound?), talvez respondendo a pergunta besta: "Por que lançar um disco como intérprete?" (dã!) . Não por acaso, esse assunto tem me rondado. Assim como ele, eu gostaria de seguir gravando alternadamente discos de inéditas e discos como intérprete…

Não sei se há canções demais, mas sei que existem aquelas que merecem ser reinterpretadas de novo e de novo. Não?

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