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A Casa Virou Palacete


A Casa de Francisca se mudou para o Palacete Teresa. Pra quem não sabe, a Casa era, segundo eles mesmos, "a menor casa de shows de S. Paulo". Para mim e para muitos, era também a melhor. Foram muitos os shows que eu fiz lá. TODOS muito especiais. Especiais porque a Francisca (nome da primeira moradora da tal casa, famosa pela hospitalidade) recebia os músicos como nenhuma. Na hora do show apagavam-se as luzes, interrompia-se o serviço e sempre éramos apresentados por um(a) mestre de cerimônias que educava o público com humor e delicadeza. (Atenção, casas de show!! O público precisa e quer ser educado!! Façam um workshop com a Francisca e terão sucesso ou seu dinheiro de volta!!)

Jamais vou me esquecer da visão que eu tinha do palco. Todo mundo à luz de velas, dos que ficavam no meu pé aos de lá em cima, todos atentos <3. Isso não tem preço, meus caros. Perguntem a qualquer artista.

Além de ter o melhor público, a Casa tinha o melhor staff. Só gente linda (no melhor sentido da palavra linda), daquelas que a gente fica amigo rapidinho e abraça forte quando volta. Assim, ia ficando cada vez mais gostoso voltar. A ponto me deixar feliz de fazer o show só para eles se fosse o caso. Nunca era. A casa sempre lotava, o que não era tão improvável, afinal eram 46 lugares.

Eis que semana passada, depois de mais de um ano de trabalho, a Francisca deixou de ser a anfitriã para ficar apenas no nome da casa. A nova anfitriã se chama Teresa.

Teresa é suntuosa. Quando a adentrei pela primeira vez, fiquei dividida entre matar a saudade das pessoas e olhar para todos os lados, para o teto e para o chão. Deslumbre em 360 graus... Além de todo o brilho, os danados conseguiram levar o aconchego da Casinha para o palacete. Aos poucos fui reconhecendo quadros, luminárias, móveis e adereços da Casa que me eram familiares. Não sabia que era possível estar num lugar monumental e sentir-se em casa ao mesmo tempo. Foi assim comigo semana passada.

Mas espere! Não ligue agora! A experiência não termina aí! O Palacete me levou para um passeio no centro de S.Paulo. Ele fica numa daquelas alamedas onde não passam carros, bem próximo à Sé. Como é bom chegar a pé pra poder prestar mais atenção no palacete iluminado no meio de um clássico centro comercial que dorme à noite. Cartão postal dos mais lindos. Voltamos de metrô. A Sé é linda dormindo. Quero ficar cada vez mais íntima.

Por último, mas não menos importante, a música. A música que entra na casa tem que ser tão boa quanto a casa. Pelo menos acho que é com esse critério que eles fazem a programação (sem puxar sardinha nenhuma pro meu lado, rs... ). Música autoral contemporânea do jazz quase clássico ao rock atonal. Música boa de agora, acústica ou elétrica, cantada ou instrumental. Eis o cardápio! Deguste à vontade. E vida longa a Teresa!!

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